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Setembro Amarelo: mês de conscientização e combate ao suicídio

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O mês de setembro se inicia trazendo consigo uma campanha que nos convida a pensar e agir sobre a saúde mental: o Setembro Amarelo, iniciativa voltada, sobretudo, ao combate ao suicídio.

Atualmente, sabe-se que a cada 45 minutos uma pessoa comete suicídio no Brasil. Isto é, o ato de extremo desespero não é algo “raro”, embora ainda não se discuta adequadamente sobre o assunto.

Por muito tempo, acreditou-se que a forma ideal de lidar com o suicídio fosse não falando sobre ele. Com o esquecimento e o apagamento, em tese, deixaríamos de “incentivá-lo” ou, ao menos, de fazer com que habitasse o pensamento das pessoas, principalmente as que já experimentam patologias como a depressão.

Porém, hoje a psiquiatria e a medicina, de uma forma geral, entendem que o silêncio pode ser extremamente nocivo quando o assunto é o suicídio.

Quando cria-se um tabu, instaura-se uma aura de “proibição” que pode atrair a curiosidade por parte dos indivíduos – com destaque para os que já se encontram sensibilizados, sobretudo entre os jovens.

No entanto, é necessário debater o tema com seriedade e assertivamente, tratando o suicídio como ele é, de fato: um ato de extremo desespero e fragilidade.

Por muitas vezes, na mídia, só nos “lembramos” do suicídio ao assistir programas de TV, filmes e demais peças ficcionais, além de notícias de celebridades que o cometeram, contribuindo para uma possível “glamourização” do suicida.

O suicídio não é um ato heróico.

E isso não significa que pessoas com tendências suicidas sejam “fracas”. Elas estão, na verdade, doentes. Por isso, precisam de assistência médica próxima e eficiente.

O suicídio não tem apenas uma causa ou origem, podendo afetar pessoas de qualquer idade, modo de vida, orientação sexual, gênero etc.. Comumente está ligado a doenças psiquiátricas, como depressão, alcoolismo e esquizofrenia, mas pode associar-se a outras condições médicas, como epilepsia, câncer, AIDS e outras doenças crônicas, ou surgir em pessoas teoricamente saudáveis. 

Felizmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que 9 a cada 10 casos de suicídio podem ser evitados.  

O Ministério da Saúde aponta padrões entre indivíduos que têm tendências suicidas, muito embora seja importantíssimo lembrarmos que os sintomas podem ser difusos e diferentes para cada pessoa. 

Os comportamentos suicidas mais comuns são:

  • Aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais suicidas ao longo de duas semanas ou mais.
  • Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança generalizada.
  • Falas e ações que demonstram muita culpa, falta de autoestima e visão negativa sobre o presente e, principalmente, sobre o futuro.
  • Expressão de ideias ou de intenções suicidas.
  • Isolamento.

As condutas citadas jamais devem ser vistas como chantagens ou formas de “chamar atenção”. Mesmo que a pessoa não seja suicida, elas demonstram um estado de intenso sofrimento e devem ser encaradas com muita seriedade.

Para auxiliar o portador destes sintomas, o Ministério da Saúde aponta outros conselhos:

  • Buscar ajuda profissional: incentive e acompanhe a pessoa no atendimento psiquiátrico, sobretudo o emergencial. O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) com assistência gratuita às patologias dessa área. 
  • Ajude em emergências: sempre que necessário, acione ajuda médica emergencial nos casos em que há manifestações claras de atentado contra a vida. Além de prontos socorros, médicos de confiança para atendimento domiciliar e hospitais públicos e privados, recorra ao SAMU no telefone 192.
  • Proteja: além de procurar auxílio emergencial, busque proteger o indivíduo de ameaças – como facas, armas de fogo, tóxicos – e não o deixe só.
  • Converse: não somente nos momentos emergenciais, mas no dia a dia, principalmente se a pessoa já manifesta doenças psiquiátricas. Permita que ela desabafe e converse sobre assuntos variados, fazendo com que tenha formas de encontrar esperança e positividade em relação à vida.
  • Não julgue: nunca condene os atos e falas da pessoa suicida. O sentimento de culpa e o autojulgamento já são bastante intensos e prejudiciais à pessoa.

Lembre-se sempre que uma tentativa de suicídio sem êxito ou de formas aparentemente menos letais, como a ingestão de drogas/remédios, não sinaliza, sob hipótese alguma, que este paciente não deva ser assistido com atenção e cuidado.

Toda manifestação suicida merece nossa preocupação.

Para mais informações e outras dicas sobre este assunto, acesse o Centro de Valorização da Vida (CVV): www.cvv.com.br. O telefone do CVV é gratuito e oferece apoio à pessoa suicida de forma sigilosa e gratuita: 188.

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