Compulsão alimentar: episódios, transtorno e dados importantes
Leia mais sobre o assunto:Sabemos que, segundo levantamento da Associação Americana de Psiquiatria, cerca de 70 milhões de pessoas no mundo sofrem de transtornos alimentares. Este dado alarmante conversa com outra constatação, desta vez coletada pela OMS (Organização Mundial de Saúde): mais de 700 milhões de pessoas no mundo são obesas.
É denominada como obesidade a condição em que o organismo possui excesso de adiposidade, acarretando em riscos para a sua saúde.
Existem diversas formas para se calcular a obesidade, sendo o IMC (Índice de Massa Corporal) a mais comum delas. Há também diversos fatores para o seu desenvolvimento – fisiológicas, mentais etc..
A compulsão alimentar, comportamento do qual falaremos hoje, está comumente associada à obesidade.
Antes de tudo, é preciso diferenciarmos o Episódio de Compulsão Alimentar do Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica.
O Episódio de Compulsão Alimentar é caracterizado pela grande ingestão de alimentos – em volume e também em calorias – num curto espaço de tempo. Além do exagero, é descrita uma falta de controle sobre a situação, como se o paciente não conseguisse parar, tampouco discernir corretamente o que está ocorrendo.
A pessoa com Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica experimentará episódios como o descrito acima, porém, é possível que indivíduos saudáveis também passem por isso em determinados momentos da vida.
Para caracterizar o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), é muito importante a observação da frequência e da assiduidade do hábito. Para o diagnóstico do TCAP, os episódios ocorrem pelo menos dois dias por semana, por, no mínimo, seis meses seguidos.
Outras características podem estar associadas ao quadro, como a depressão, o hábito de comer isolado e o sentimento de culpa. Desconfortos e consequências físicas também são comuns, como o ganho de peso acentuado.
Importante frisarmos que os episódios de compulsão alimentar, também chamados de binging, podem aparecer em outros transtornos alimentares. É possível distinguir as patologias, pois o tratamento deve ser direcionado.
No Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica, o paciente não faz o que chamamos de purgação. Isto é, após comer compulsivamente, ele não induz a eliminação imediata dos alimentos, através da provocação de vômito ou uso de laxantes, como na Bulimia Nervosa.
Este é um transtorno que ainda necessita do fomento de pesquisas e análises. No entanto, deve ser assistido com muita seriedade.
No Brasil, um estudo de 2013 da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), aponta que mais de 10% dos adolescentes enfrenta problemas com compulsão alimentar. É possível supor que, quase no ano de 2020, esses índices tenham aumentado.
O tratamento para o Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica é geralmente realizado por meio da associação entre uso de medicamentos e psicoterapia. As medicações prescritas geralmente são antidepressivos, muitas vezes em doses mais altas que as usadas para o tratamento da depressão, e medicações que reduzem os impulsos em geral.
O diagnóstico preciso, bem como as recomendações médicas, devem ser feitas por um psiquiatra.
Caso você reconheça estes sinais em você, ou em pessoas que você conhece, procure auxílio especializado.