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Afinal, o que é ansiedade? Conheça os principais transtornos ansiosos

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Medo é a resposta emocional a uma ameaça real ou percebida, e é associado a períodos com excitabilidade autonômica aumentada (tremores, taquicardia, palidez), pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga.

Todas as pessoas experimentam a ansiedade, que se caracteriza como uma sensação difusa, desagradável e vaga de apreensão, muitas vezes acompanhada por sintomas de aperto no peito, palpitações, dor de cabeça, transpiração, desconforto estomacal e inquietação (incapacidade de ficar sentado ou em pé por muito tempo).

A ansiedade é a antecipação da ameaça futura, e é mais frequentemente associada à tensão muscular e à vigilância em preparação para o perigo futuro e comportamentos de cautela ou esquiva (evitação).

Os níveis de medo ou ansiedade podem diminuir momentaneamente com comportamentos de esquiva (evitar a situação que causa medo e ansiedade).

Os transtornos de ansiedade constituem um amplo e prevalente conjunto de patologias caracterizadas por medo excessivo ou irracional e preocupações. Eles ocorrem em mais de 20% da população e são mais comuns em mulheres. O National Comorbidity Study, estudo americano de comorbidades, relatou que uma em cada 4 pessoas satisfaz os critérios de pelo menos um dos transtornos de ansiedade. 

Os principais transtornos de ansiedade são: transtorno de pânico, agorafobia, transtorno de ansiedade generalizada, fobia social, fobia específica e transtorno de estresse pós-traumático. 

Transtorno de Pânico 

O transtorno de pânico consiste em ataques de pânico (ou de ansiedade) inesperados e recorrentes, acompanhados pela preocupação persistente em ter outro ataque ou pela mudança significativa de comportamento relacionada aos sintomas. 

O Ataque de Pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e com duração aproximada de 30 a 40 minutos, em que o paciente apresenta palpitações ou taquicardia (aumento da frequência cardíaca), sudorese, tremores, sensação de falta de ar, sufoco ou asfixia, dor ou desconforto no peito, náusea ou desconforto abdominal, tontura, instabilidade ou desmaio, formigamentos (parestesias), sensação de estar fora da realidade (desrealização) ou de estar sendo retirado de seu corpo (despersonalização), medo de perder o controle ou enlouquecer e medo de morrer.

É fundamental a exclusão de causas cardiológicas para os sintomas.

Os ataques de pânico foram descritos pela primeira vez em em 1871, pelo médico generalista Jacob DaCosta, como “irritable heart”, no American Journal of Medical Sciences, em soldados da Guerra Civil Americana.

Dois a 3% das mulheres e cerca 1% dos homens apresentam transtorno de pânico. Ele está associado a grande incapacidade física, ocupacional e social.

Prolapso de válvula mitral: é a alteração de uma das lâminas da válvula mitral do coração, que resulta em um sopro na ausculta cardíaca. Mesmo diante da comum descrição de associação entre transtorno de pânico e prolapso de válvula mitral, os estudos verificaram que a prevalência de transtorno de pânico em pacientes com prolapso de válvula mitral é a mesma do transtorno em pacientes sem a condição.

Agorafobia

A agorafobia é um dos transtornos fóbicos mais incapacitantes e pode ser uma complicação do transtorno de pânico. 

Caracteriza-se por sensação súbita de medo e/ou ansiedade advinda da incapacidade de fuga imediata de lugares, como por exemplo, locais fechados, como lojas e supermercados, ou espaços abertos com multidões (shows e espetáculos), ou ainda da impossibilidade de receber auxílio de um profissional da área. 

Os pacientes frequentemente têm medo de apresentar um ataque de pânico em locais públicos, passar por situações constrangedoras ou não serem socorridos por um profissional de confiança; tendem a evitar locais lotados, como shoppings, restaurantes, teatros e igrejas; muitos pacientes têm dificuldade de dirigir longas distâncias e atravessar pontes ou túneis; outros evitam transportes públicos.

Os sintomas são incapacitantes e constrangedores, e alguns pacientes tornam-se completamente confinados ao lar. As crises duram entre 5 e 30 minutos e, sem um tratamento eficaz, podem se cronificar.

O DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais) classifica a agorafobia como uma condição separada, que pode ou não configurar o transtorno do pânico. 

A prevalência da agorafobia é ligeiramente maior que a de transtorno de pânico. 

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

É uma patologia relativamente comum, com prevalência de 4 a 7% ao longo da vida; assim como os outros transtornos de ansiedade, é mais comum em mulheres. 

A preocupação excessiva sobre circunstâncias de vida (saúde, finanças, aceitação social, performance profissional, casamento etc.) é o ponto central da doença. 

Outros sintomas são: inquietação, apreensão, sensação de estar no limite, cansaço excessivo, dificuldade de se concentrar ou “brancos”, irritabilidade, tensão muscular e alteração de sono. 

Várias características distinguem o TAG da ansiedade não-patológica: as preocupações associadas ao transtorno são excessivas, mais disseminadas, intensas e angustiantes, têm maior duração e interferem significativamente no funcionamento psicossocial do paciente; as preocupações da vida diária são percebidas como manejáveis (podendo ser adiadas quando surgem questões mais importantes), não são excessivas e não são acompanhadas pelos sintomas físicos descritos acima. 

As mais frequentes complicações deste transtorno são o transtorno depressivo e o abuso de substâncias.

A causa do transtorno de ansiedade generalizada é desconhecida, mas acredita-se que fatores não genéticos, como eventos estressantes de vida e comportamento aprendido, têm importância maior que fatores genéticos.

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